quinta-feira, 27 de setembro de 2012

As obras de Jorge Amado Por ordem de publicação


Fonte: Fundação Casa de Jorge Amado
O país do Carnaval
(1931, romance)
O primeiro romance de Jorge Amado teve sua redação concluída no Rio de Janeiro, onde cursava uma universidade de Direito, em dezembro de 1930. Foi lançado quando ele tinha 18 anos. Sua 1ª edição foi pela Schmidt Editor, em setembro de 1931, com mil exemplares e carta-prefácio do poeta Augusto Frederico Schmidt. Bem recebido pela crítica e pelo público, Jorge Amado fala, nesse livro, de uma juventude plena de inquietude, numa ansiosa e mesmo angustiada busca de verdades e caminhos.
Narra as rondas de Paulo Rigger pelas rodas boêmias e literárias da Cidade da Bahia, em inícios do século XX. No final, insatisfeito e desencantado, marcado por uma renúncia preconceituosa à chegada do amor, Rigger embarca, no porto do Rio de Janeiro, com destino à Europa. Leva com ele as suas dores, deixando atrás de si uma cidade alucinada pelos ritmos e brilhos do carnaval.
Cacau
(1933, romance)
Primeiro romance do "ciclo do cacau", foi concluído em junho de 1933 e teve sua 1ª edição publicada em agosto de 1934, com tiragem de dois mil exemplares. Apreendida pela polícia, mas liberada no dia seguinte graças ao então ministro do Exterior Osvaldo Aranha, a edição se esgotou em um mês. A 51ª edição, 1998, é a mais recente, pela Editora Record, com fixação de texto por Paloma Jorge Amado e Pedro Costa. Cacau foi o primeiro livro de Jorge Amado traduzido para o espanhol, em julho de 1935. Teve também traduções em alemão, basco, coreano, dinamarquês, francês, grego, holandês, italiano, polonês e russo, além de ter sido publicado em edição portuguesa. Em 1993, foi publicado pelo Jornallivros da UNESCO e distribuído como suplemento nos principais jornais do mundo.
O livro, espécie de romance-reportagem composto sob o influxo das teses sobre uma "literatura socialista", chega a chocar pelo tom, pelo tema, pela linguagem. Narra as aventuras de José Cordeiro - o Sergipano -, trabalhador numa fazenda, onde divide um casebre com alguns companheiros de labuta e sofrimento. É um homem que recusa a oportunidade de se casar com a filha do patrão, para levar adiante, "de coração limpo e feliz", o seu sonho revolucionário. A essa altura, como se vê, Jorge Amado já mergulhara na militância comunista. E Cacau é um livro em chamas. Um livro panfletário, escrito com o fogo da indignação.
Suor
(1934, romance)
A criação do romance teve origem na vivência do próprio autor, que, em 1928, com dezesseis anos de idade, residiu num cômodo de um dos sobrados coloniais do Largo do Pelourinho, Salvador, Bahia. Terminado de escrever em março de 1934, no Rio de Janeiro, o romance teve sua 1ª edição publicada em agosto de 1934. A 49ª edição, 1998, pela Editora Record, é a mais recente. Foi publicado em Portugal e traduzido para o alemão, espanhol, francês, inglês, italiano, polonês, russo e tcheco.
Em Suor, seu terceiro romance, Jorge Amado tematiza a vida miserável e promíscua da gente amontoada num velho sobrado do Pelourinho, em meio a ratos, baratas e cachorros. Velhos, prostitutas e homossexuais passam pelas páginas do livro, onde se ilumina a figura de Linda, jovem que vai se ligar a um líder operário, o mecânico Álvaro, iniciando-se, assim, em projetos de transformação social. Num comício baiano, Álvaro cai morto, atingido por uma bala disparada pela polícia. Mas Linda não abandona idéias, nem ideais. Vai em frente, distribuindo panfletos subversivos, em cumprimento de sua missão revolucionária, em busca de um mundo novo.
Jubiabá
(1935, romance)
Começado a escrever em meados de 1934, na cidade de Conceição de Feira, Bahia, o romance foi concluído no Rio de Janeiro, e sua 1ª edição saiu em setembro de 1935. A 53ª edição, pela Editora Record, é a mais recente, de janeiro de 1996, com fixação de texto por Paloma Jorge Amado e Pedro Costa. Foi publicado em Portugal e traduzido para o alemão, basco, búlgaro, chinês, espanhol, francês, grego, húngaro, inglês, italiano, norueguês, polonês, romeno, russo e tcheco.
Adaptações: teatro (1961 e 1970), rádio (novela em 1946), quadrinhos, cinema e televisão.
Mar morto
(1936, romance)
Escrito no bairro da Gamboa de Cima, em Salvador, Bahia, em frente ao mar, e concluído no Rio de Janeiro, em junho de 1936, o romance recebeu o Prêmio Graça Aranha, 1936, quando foi publicada sua 1ª edição em agosto de 1936. A 73ª edição, pela Editora Record, é a mais recente, de agosto de 1997, com fixação de texto por Paloma Jorge Amado e Pedro Costa. Foi publicado em Portugal e traduzido para o alemão, búlgaro, chinês, espanhol, francês, grego, hebraico, húngaro, inglês, islandês, italiano, polonês, russo, sueco, tcheco e turco.
Preso pela primeira vez em 1936 no Rio por suas atividades políticas, Jorge Amado sai da cadeia sem um tostão no bolso. Recebe uma proposta do editor José Olympio: 500 mil réis para escrever um novo romance. E em quinze dias, termina Mar morto. É a história de Guma, criança criada no cais da Bahia, e de seu amor por Lívia, a meiga Lívia, que, depois da morte do amado, torna-se ela mesma mestra de saveiro, deslizando à flor do mar.
Adaptações: rádio (novela de 1940 e 1945, no Brasil, e de 1941, na Argentina), quadrinhos, cinema (direitos para adaptação de 1957), música (Dorival Caymmi compôs motivos diversos sobre o tema Mar morto. Dorival pescou palavras do livro para ir compondo a canção É doce morrer no mar).
Capitães da areia
(1937, romance)
Escrito na cidade de Estância, Sergipe, em março de 1937, no início da ditadura do Estado Novo, e concluído em junho, a bordo do navio Rakuyo Maru, no Pacífico, às costas da América do Sul, rumo ao México, o romance foi lançado em 1ª edição em setembro de 1937. A 98ª, 1999, pela Editora Record, é a edição mais recente, com fixação de texto por Paloma Jorge Amado e Pedro Costa. No exterior, além da edição portuguesa, foram feitas traduções para o alemão, árabe, croata, espanhol, francês, grego, húngaro, inglês, italiano, japonês, libanês, norueguês, russo, tcheco e ucraniano.
Conta a história dos meninos-de-rua da Bahia, na década de 30. Narrativa do amor de Dora e Pedro Bala. Peripécias do bando de menores que perambula perigosamente pelas ruas e pelo cais de Salvador, cidade "negra e religiosa", onde se projeta a personalidade da ialorixá Aninha, mãe-de-santo do Ilê Axé Opô Afonjá. Dora morre, doente, no trapiche enluarado. Pedro Bala é preso, foge, mete-se em greves de estivadores, até que se converte em "militante proletário, o camarada Pedro Bala".
Publicado logo em seguida à implantação do Estado Novo, regime violentamente anticomunista, teve a sua primeira edição apreendida e exemplares queimados em praça pública.
Adaptações: teatro (1958 e 2002), dança (1988, no Brasil e na França, 1971, na Alemanha, e 1987, na Argentina), quadrinhos, cinema (1971, EUA) e televisão (minissérie de 1989).
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ABC de Castro Alves
(1941, biografia)
Terminado de escrever na Urca, no Rio de Janeiro, a 21 de março de 1941, o livro foi lançado em 1ª edição em agosto de 1941, quando o autor, por motivos políticos, se encontrava no Prata, tendo sido proibida sua vendagem e exibição nas livrarias pela censura do Departamento de Imprensa e Propaganda - DIP. A edição mais recente é a 36ª, pela Record, de 1992. Foi editado em Portugal e traduzido para o espanhol, finlandês, francês, polonês, russo e tcheco.
Todos os passos mais importantes da breve caminhada do poeta Castro Alves pelo mundo são acompanhados pelo biógrafo, relatada em forma de conversação meio lírica e afetuosa.
Adaptação: dança (encenado pelo Balé do Teatro Castro Alves)
O cavaleiro da esperança
(1942, biografia)
Divulgado inicialmente na imprensa de Buenos Aires, por capítulos, em fins de 1941, traduzido por Pompeu Acióli Borges, o livro teve sua 1ª edição em espanhol intitulada Vida de Luiz Carlos Prestes, el caballero de la esperanza, em 1942, por uma editora de Buenos Aires. A 1ª edição brasileira veio em junho de 1945. A 36ª edição, de 1996 pela Editora Record, é a mais recente. Publicado em Portugal e traduzido para albanês, alemão, árabe, búlgaro, chinês, espanhol, eslovaco, francês, grego, hebraico, holandês, húngaro, italiano, japonês, mongol, persa, polonês, romeno, russo e tcheco.
É a história da vida do chefe da famosa Coluna Prestes que, em 1924, partindo de Santo Ângelo, no Rio Grande do Sul, realiza uma marcha de cerca de trinta mil quilômetros pelo interior do Brasil, atravessando as regiões do Centro, do Nordeste e do Norte, até o Maranhão, daí retornando rumo Sul e Oeste, para afinal ir asilar-se na Bolívia. Mais uma exaltação à luta pela liberdade e de repúdio à opressão do que propriamente uma biografia, foi escrito num momento em o Brasil estava sob a ditadura estado-novista e o mundo sofria a guerra nazifascista.
Adaptação: rádio (em Praga, Checoslováquia, 1951, com o título em tcheco de Ryter Nadeje).
Terras do sem fim
(1943, romance)
Publicados inicialmente na imprensa esboços de capítulos sob o título de Sinhô Badaró, em dezembro de 1939, o tema foi retomado, em meados de 1942, em Montevidéu, onde o autor estava exilado, e concluído em Salvador, Bahia, em maio de 1943. Teve sua 1ª edição lançada em setembro de 1943. A 63ª edição, 1997 pela Record, é a mais recente. Foi publicado em Portugal e traduzido para o alemão, árabe, búlgaro, chinês, coreano, dinamarquês, eslovaco, esloveno, espanhol, finlandês, francês, hebraico, holandês, húngaro, ídiche, inglês, italiano, polonês, russo, sérvio, sueco, tcheco e turco.
Terras do sem fim e São Jorge dos Ilhéus sugerem uma dupla. Os livros falam de terras virgens conquistadas para a lavoura e da formação da sociedade do cacau, transformando de modo radical uma região até então econômica e culturalmente inexpressiva. É o mundo de Ramiro Bastos e Juca Badaró, do feiticeiro Jeremias, do negro Damião, de advogados interioranos, capangas e prostitutas. Mundo violento, simultaneamente rico e miserável, paraíso dos chamados "coronéis do cacau", inferno dos camponeses suarentos e esfarrapados. Mas há uma diferença. Terras do sem fim tematiza os primeiros tempos da região, as lutas sangrentas em torno do estabelecimento da propriedade. São Jorge dos Ilhéus, por sua vez, focaliza uma época posterior, quando as vilas já se urbanizaram, a produção deslanchou e as atividades exportadoras fizeram a sua festa.
Adaptações: teatro (1947), cinema (1948), rádio (1945, Brasil, e 1950, França), quadrinhos e televisão (telenovela de 1966 e 1981)
São Jorge dos Ilhéus
(1944, romance)
Continuação de Terras do sem fim, o romance foi concluído em Periperi, subúrbio da Capital baiana, em janeiro de 1944 e sua 1ª edição é de junho de 1944. A 52ª edição, 1999 pela Record, é a mais recente. Foi publicado em Portugal e traduzido para o alemão, árabe, búlgaro, chinês, eslovaco, esloveno, espanhol, finlandês, francês, hebraico, holandês, húngaro, inglês, italiano, japonês, lituano, moldávio, polonês, romeno, russo, sueco, tcheco, turco e turcomano.
Terras do sem fim e São Jorge dos Ilhéus sugerem uma dupla. Romances complementares, se assim se pode dizer, falam de terras virgens conquistadas para a lavoura e da formação da sociedade do cacau, transformando de modo radical uma região até então econômica e culturalmente inexpressiva. É o mundo de Ramiro Bastos e Juca Badaró, do feiticeiro Jeremias, do negro Damião, de advogados interioranos, capangas e prostitutas. Mundo violento, simultaneamente rico e miserável, paraíso dos chamados "coronéis do cacau", inferno dos camponeses suarentos e esfarrapados. Mas há uma diferença. Terras do sem fim tematiza os primeiros tempos da região, as lutas sangrentas em torno do estabelecimento da propriedade. São Jorge dos Ilhéus, por sua vez, focaliza uma época posterior, quando as vilas já se urbanizaram, a produção deslanchou e as atividades exportadoras fizeram a sua festa.
Adaptações: rádio (1946), quadrinhos (coleção "Edição Maravilhosa")
Bahia de Todos os Santos
(1945, guia da cidade de Salvador)
Escrito no ano de 1944, sua 1ª edição é de setembro de 1945. A 40ª edição, 1996 pela Record, é a mais recente. O capítulo "Canto de amor à Bahia" recebeu música de Dorival Caymmi, gravada em disco, em 1958, com interpretação do autor. Foi publicado em Portugal e traduzido para o espanhol, francês e italiano.
Seara vermelha
(1946, romance)
Terminado de escrever em junho de 1946, em Nova Iguaçu, na casa de campo do autor chamada Pegi de Oxóssi, no Estado do Rio de Janeiro, o romance saiu em 1ª edição em agosto de 1946. Nesta época, o Brasil entrava em ritmo de "redemocratização". No ano anterior ao lançamento do livro, Jorge Amado era eleito deputado federal pelo PCB. A 49ª edição, pela Record, é a mais recente. É o segundo romance amadiano mais divulgado no estrangeiro, tendo sido publicado em Portugal e traduzido para o albanês, alemão, árabe, armênio, búlgaro, chinês, eslovaco, espanhol, finlandês, francês, grego, hebraico, húngaro, italiano, japonês, lituano, moldávio, polonês, romeno, russo, sérvio, sueco, tcheco, turco, ucraniano e vietnamita.
O livro traz uma novidade: não se passa na Cidade da Bahia e seu Recôncavo, nem à vista dos cacauais do eixo Ilhéus-Itabuna. Seara vermelha é a saga de uma família de retirantes compulsórios, gente expulsa de terras nordestinas, que toma o rumo de São Paulo. A pé. A viagem é um rol de aflições, de fome e de morte. Do grupo inicial de onze retirantes, apenas quatro chegam a uma fazenda de café. Além disso, Jorge Amado descreve as trajetórias de três filhos do casal de retirantes, que tinham partido de casa antes dos pais: o soldado João, o jagunço Zé Trovoada e o cabo Juvêncio, que serve na fronteira com a Colômbia, participa do levante comunista de Natal (novembro de 1935), vai parar no presídio de Ilha Grande e, depois da anistia, retoma os passos de sua vida militante.

Adaptação: cinema (1963)
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O amor do soldado
(1947, peça teatral)
Peça teatral escrita em Salvador, Bahia, em 1944, por solicitação da atriz Bibi Ferreira, foi inicialmente intitulada O amor de Castro Alves e sob este título apareceu em 1ª edição em 1947. A 31ª edição é a mais recente, de 1992. Foi publicada em Portugal.
A ação da peça é centrada na ligação amorosa de Castro Alves com a atriz Eugênia Câmara, a partir de quando os dois se encontraram, no Recife, em 1866, até o adeus final, no Rio de Janeiro, em 1870, e mostra a atuação abolicionista do poeta.
O mundo da paz
(1951, guia de viagem)
Escrito no Castelo da União dos Escritores Tchecoslovacos, Dobris, de dezembro de 1949 a fevereiro de 1950, o livro teve sua 1ª edição lançada em 1951 e chegou à 5ª edição, quando o autor não mais permitiu reedições. Por este livro, em 1951, Jorge Amado foi processado e incurso na lei de segurança, medida que se estendeu aos editores e às livrarias que exibiram o livro. Foi traduzido para o tcheco e o capítulo Albânia é uma festa veio a ser lançado em livro separadamente e editado em albanês, eslovaco, francês, polonês e theco.
Trata-se de um "relato de viagens através de várias regiões da União Soviética e dos países das democracias populares com a finalidade de mostrar a febril atividade dos povos e governos para reparar os profundos danos causados pela devastadora II Grande Guerra. Exaltava o esforço pela implantação do socialismo bem como a política antiguerreira em prol da paz mundial".
Os subterrâneos da liberdade
(1954, romance)
Em 1947, o PCB é declarado ilegal e Jorge Amado exilar-se com a família na França. Em 1949, é expulso da França segue para a Tchecoslováquia. Foi lá, na cidade de Dobris, que a trilogia Os subterrâneos da liberdade foi escrita, em março de 1952. Foi concluída em novembro de 1953, no Rio de Janeiro, e lançada a 1ª edição em maio de 1954, em três volumes, Os ásperos tempos, A agonia da noite e A luz no túnel. A edição mais recente é a 12ª, de 1992, pela Record. A trilogia foi publicada em Portugal e traduzida para o alemão, búlgaro, chinês, esloveno, espanhol, francês, grego, letão, polonês, romeno, russo, tcheco e turco.
A trilogia o autor recria aspectos da luta brasileira contra a ditadura do Estado Novo. Anos mais tarde, em releitura crítica, Jorge Amado dirá que a obra foi, simplesmente, sectária:"Não há nada pior que o espírito de seita. Esse tipo de pensamento mofou".
Gabriela cravo e canela
(1958, romance)
Concluído em Petrópolis, Rio de Janeiro, em maio de 1958, o romance teve sua 1ª edição publicada em 1958, com ilustrações de Di Cavalcanti. A Editora Record publicou a 80ª edição, 1999, a mais recente. Já no ano seguinte ao da sua 1ª edição, oO romance obteve cinco prêmios: Prêmio Machado de Assis (1959); Prêmio Paula Brito (1959); Prêmio Luísa Cláudia de Sousa (1959); Prêmio Carmem Dolores Barbosa (1959); Prêmio Jabuti (1959). Foi publicado em Portugal e é o romance de Jorge Amado com o maior número de traduções, tendo sido editado em alemão, árabe, búlgaro, catalão, chinês, coreano, dinamarquês, eslovaco, esloveno, espanhol, estoniano, finlandês, francês, georgiano, grego, hebraico, holandês, húngaro, inglês, italiano, lituano, moldávio, norueguês, persa, polonês, romeno, russo, sueco, tcheco, turco, ucraniano e macedônio.
A obra marca uma nova fase de Jorge Amado, mais distante da literatura ideológica e partidária. Permanece socialista, mas acentuando, sempre com maior ênfase, o qualificativo "democrático". Gabriela é um retorno ao chamado "ciclo do cacau". Ao universo de coronéis, jagunços, prostitutas e trambiqueiros de calibre variado, que desenham o horizonte da sociedade cacaueira. No caso, a Ilhéus rica da década de 20, ansiando progressos e avançando na noite litorânea, entre bares e bordéis.
Adaptações: televisão (novela da TV Tupi e, em 1975, da TV Globo), cinema (1985), dança (Balé do Teatro Municipal do Rio de Janeiro), fotonovela (1975), quadrinhos.

A morte e a morte de Quincas Berro Dágua
(1961, romance)
Publicada inicialmente em maio de 1959, na revista carioca Senhor, a novela teve sua 1ª edição em 1961, sob o título Os velhos marinheiros. Em 1978, foi publicada uma edição especial de luxo, a 43ª, edição limitada, com 71 páginas duplas, capa e ilustrações de Carybé pelas Edições Alumbramento Livroarte Editora Ltda. Foi publicado em Portugal e traduzido para o alemão, árabe, azerbaidjano, búlgaro, chinês, dinamarquês, espanhol, esperanto, finlandês, francês, hebraico, húngaro, inglês, italiano, japonês, lituano, macedônio, moldávio, polonês, russo e tcheco.
Aos 50 anos de idade, o irrepreensível cidadão Joaquim Soares da Cunha - funcionário público exemplar, bom pai e bom esposo - resolve dar um murro na mesa. Chutar pra cima as velhas regras, princípios e condutas. Deixa ele, então, casa e família e se muda para uma pocilga no Tabuão, a fim de cair na farra e na gandaia, transformando-se em Quincas Berro Dágua, cachaceiro supremo, jogador imbatível, mimo das mulatas, rei dos vagabundos da Bahia. Um belo dia, Quincas é achado morto em seu quarto. Avisada, a família entra em campo para reconverter Quincas em Joaquim, dando-lhe enterro decente e, quem sabe, conseguindo apagar da memória os anos de sua maluquice. Mas o plano se frustra. Velhos amigos de Quincas acabam ministrando cachaça ao finado. É o suficiente para que Quincas se levante e saia com eles para a grande esbórnia final. Acabam colhidos por um temporal, no meio do mar. Quincas se ergue e, entre relâmpagos, se atira do barco, para ter o enterro que sempre quis - no meio das águas.
Adaptações: teatro (1972, 1976, 1988 e 1995), televisão (telenovela de 1968 e série "Caso Especial" em 1978)
Os velhos marinheiros
(1961, romance)
Concluído em janeiro de 1961, no Rio de Janeiro. A 1ª edição é de 1961. A edição mais recente é a 58ª, de 1996, da Editora Record. Foi publicado em Portugal e traduzido para o alemão, árabe, búlgaro, catalão, chinês, dinamarquês, espanhol, finlandês, francês, húngaro, inglês, italiano, japonês, lituano, polonês, russo, sueco e tcheco.
Os personagens do livro rejeitam o mormaço da vida cotidiana, regrada, comum, a rotina do trabalho, da família, do "bom senso", em favor do excêntrico, do desabusado, da embriaguez da fantasia. Os velhos marinheiros conta a história do órfão Vasco Moscoso de Aragão, alérgico ao mundo do trabalho, subitamente enriquecido ao herdar o patrimônio do avô paterno. Por conta de amizades com boêmios influentes, Vasco acaba ganhando, sem jamais ter pilotado uma jangada, o diploma de capitão de longo curso da Capitania dos Portos. Tempos depois, numa emergência, é convocado ao comando de um navio que vai para o extremo-norte do Brasil. Ao aportar em Belém, dá a ordem esdrúxula de prender todas as amarras, tornando-se motivo de zombaria na zona portuária. Mas aquela noite traz o estrondo formidável de uma tempestade jamais vista em Belém. No cais, só um navio resiste. É o de Vasco, agora alvo de todos os louvores, como exemplo de prudência...
Adaptações: cinema (direitos adquiridos pela Warner Brothers Inc. em 1965).
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Os pastores da noite
(1964, romance)
Romance escrito entre fins de 1963 e começo de 1964 na residência do autor à Rua Alagoinhas nº 33, bairro do Rio Vermelho, Salvador, Bahia. Foi lançado em julho de 1964. A edição mais recente é a 45ª, 1998, da Editora Record. Foi publicado em Portugal e traduzido para o alemão, búlgaro, eslovaco, esloveno, espanhol, finlandês, francês, hebraico, holandês, húngaro, inglês, italiano, polonês, romeno, russo, tcheco e turco.
O romance se compõe pela justaposição de três narrativas. Em tela, aspectos fundamentais da existência negro-mestiça na Cidade da Bahia e seu Recôncavo. Uma existência quase sempre lúmpen, evoluindo entre o cais, a cachaça e o "castelo", sob o signo e o axé dos orixás. Mais uma vez encontramos Jorge Amado em seu papel favorito de cantor das putas e dos vagabundos, celebrando os prazeres da vida e os "ritos sagrados da amizade". Por suas páginas, desfilam tipos como o cabo Martim, rei do baralho e da picardia, e Curió, incorrigível romântico; o sábio Jesuíno Galo Doido, que vira caboclo num terreiro-de-angola; a mãe-de-santo Doninha; a maternal e rigorosa cafetina Tibéria; o padre Gomes, neto de um obá de Xangô; ou o aluado Pé-de-Vento, com a sua fantasia de mandar vir da França um navio abarrotado de mulatas. E são focalizados temas que vão do sincretismo religioso à solidariedade popular.
Adaptações: cinema (1975, França), televisão (o capítulo O compadre de Ogum, em 1995).
Dona Flor e seus dois maridos
(1966, romance)
O romance, escrito na casa do autor em Salvador, na segunda metade de 1965 e terminado em abril de 1966, com 1ª edição em 1966. A edição mais recente é a 48ª, pela Record, 1997. Foi publicado em Portugal e traduzido para o alemão, árabe, búlgaro, chinês, eslovaco, espanhol, finlandês, francês, grego, hebraico, holandês, húngaro, inglês, italiano, lituano, polonês, russo, tailandês e tcheco.
Narra a história de Flor, dona da conceituada Escola de Culinária Sabor e Arte, que vivia atormentada. Tinha sido casada com Vadinho, um boêmio, enviuvou, casou-se de novo - desta vez, com um português bem comportado, Teodoro. Ia tudo muito bem, até que o primeiro marido começa a aparecer em seus sonhos, querendo ir para a cama com ela. Daí a sua perturbação.
Adaptações: cinema (1976), teatro (musical de 1979, EUA; 1992, Brasil), televisão (minissérie, 1998), música.
Tenda dos milagres
(1969, romance)
O romance escrito na Vila Moreira, então vivenda de veraneio de Genaro e Nair de Carvalho, num arrabalde da cidade da Bahia, entre março e julho de 1969, foi lançado em outubro do mesmo ano. A edição mais recente é a 41ª, de 2001, pela Record. Foi publicado em Portugal e traduzido para o alemão, árabe, búlgaro, espanhol, finlandês, francês, húngaro, inglês, italiano, russo e turco.
"É uma reflexão sobre a formação da nacionalidade brasileira, que mostra a importância da mistura e da luta contra o racismo no Brasil", dizia Jorge. O livro é, basicamente, a narrativa das proezas e dos amores de Pedro Arcanjo, mestiço "pobre, pardo e paisano", bedel da Faculdade de Medicina da Bahia, que se converte em estudioso apaixonado de sua gente, publicando livros sobre o sincretismo genético e cultural do povo baiano. Ao lidar pioneira e francamente com tais temas, Arcanjo cai sob a mira da elite branqueada da Bahia. É perseguido. Perde o emprego. E uma cortina de silêncio se forma em torno de sua obra, eclipsando-a. Só depois da morte do autor é que ela irá se impor, triunfando sobre o racismo provinciano, graças ao interesse que desperta num cientista estrangeiro. A figura de Arcanjo vai, então, renascendo das cinzas, num processo de revisão que desborda do campo erudito para o popular, para atingir o ponto máximo com a homenagem que lhe é prestada, no carnaval da Bahia, pela Escola de Samba Filhos do Tororó.
Adaptações: cinema (1977) e televisão (minissérie de 1985)
Tereza Batista cansada de guerra
(1972, romance)
Escrito em Salvador, Bahia, entre março e novembro de 1972. Teve a 1ª edição lançada em 1972, com tiragem de 100.000 exemplares, capa de Carybé e partitura de modinha de Dorival Caymmi. A mais recente é a 30ª edição, 1999, pela Record. Foi publicado em Portugal e traduzido para o alemão, árabe, coreano, eslovaco, esloveno, espanhol, francês, grego, hebraico, holandês, inglês, italiano, norueguês, polonês e turco.
Conta a história da luta de uma mulher num ambiente quase sempre áspero e hostil. Mundo de sofrimento, miséria e violência que Tereza começa a conhecer muito cedo - primeiro, com a orfandade; segundo, quando é vendida pelo tio, ainda menina, a um certo capitão Justo. Sob o açoite do seu dono, ela vai experimentar, à flor da pele e ao fundo de si mesma, o sentido da palavra "servidão". Um dia, sangra - a faca - o seu algoz. Vai presa, passa por um convento, cai num bordel. Em Aracaju, apaixona-se por Gereba, marítimo baiano. Mas ele é casado: volta para sua mulher e para sua terra. Desiludida, Tereza se retira em Buquim, interior de Sergipe, onde vê os servidores do posto médico desertar, diante do avanço da varíola. Reúne então as rameiras da vila - e dá assistência aos doentes. Missão cumprida, ruma para a Cidade da Bahia, nas pegadas de Gereba. Este, já viúvo, embarcara num navio de carga estrangeiro. Tereza se torna dançarina de cabaré em Salvador. Engaja-se na greve das putas contra a ordem de despejá-las de seu local de trabalho. É novamente presa. Apanha. É solta. E, finalmente, reencontra o amado Gereba. Mulheres italianas homenagearam a heroína de Jorge Amado batizando a sede do Clube Feminista Italiano, em Milão, com o nome de Casa de Tereza Batista.
Adaptação: televisão (minissérie de 1992).
O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá
(1976, romance)
História infantil escrita em 1948, quando morava em Paris, foi um presente para o filho que completava 1 anos. O texto perdeu-se e foi encontrado apenas em 1976, ano da sua 1ª edição, lançada pela Editora Record, com ilustrações de Carybé. A 40ª edição, a mais recente, é de 2002. Foi publicada em Portugal e traduzida para o alemão, espanhol, finlandês, francês, galego, grego, guarani, inglês, italiano, japonês, russo e turco. Não houve alterações no original de 1948.
Adaptações: dança e teatro (1992).
Tieta do agreste
(1977, romance)
O romance foi escrito na praia de Buraquinho, arredores da Capital baiana, e concluído em Londres, em meados de 1977, ano em foi lançada a sua 1ª edição. A 23ª edição, 1977, pela Record, é a mais recente. Foi publicado em Portugal e traduzido para o alemão, eslovaco, espanhol, francês, grego, hebraico, inglês, italiano e tcheco.
O livro é a recriação da vida cotidiana numa pequena cidade do litoral norte da Bahia, próxima à foz do Rio Real, região de Mangue Seco, num momento crucial de sua história - momento em que a sua paz, a sua vegetação, as suas dunas e as suas praias se transformam em alvo de uma empresa poluidora, a Brastânio, Indústria Brasileira de Titânio S. A. É nesse horizonte que se movem personagens como Dário Queluz, Ascânio, o vate Barbozinha, o seminarista Ricardo, Zé Esteves, Carmosinha, Elisa, Perpétua. Mas, sobretudo, Tieta - a pastora de cabras que fizera fortuna em São Paulo, gerenciando moças para políticos e empresários, e que agora retorna, buscando um paraíso que vê se perder.
Adaptações: televisão (novela, 1990), cinema (1995), tema do carnaval de 1997, em Salvador.
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Farda, fardão, camisola de dormir
(1979, romance)
O romance foi escrito na casa do autor em Itapuã, Salvador, entre janeiro e junho de 1979, ano da sua 1ª edição. A 16ª edição, a mais recente, pela Record, é de 1997. Foi publicado em Portugal e traduzido para o alemão, árabe, búlgaro, espanhol, francês, hebraico, inglês, italiano, russo e grego.
A ação se passa no Rio de Janeiro, em ambiente intelectualizado. No centro das atenções está a Academia Brasileira de Letras, onde se abriu uma vaga com a morte do poeta-boêmio Antonio Bruno, em Paris, após tomar conhecimento da queda da cidade em mãos nazistas. Começa, então, uma disputa acirrada, que vai se prolongar por quatro meses, em conseqüência da eleição do substituto de Bruno. Os candidatos que surgem nada têm a ver com o espírito ou o estilo do poeta morto. São o general Waldomiro Moreira e o coronel Agnaldo Sampaio Pereira, um simpatizante do ideário nazista. Jorge Amado situa a trama em 1940, época de projeção mundial do totalitarismo. No Brasil, impunham-se os dias asfixiantes da ditadura estado-novista, com o seu rol de brutalidades e perseguições. E o que Jorge Amado pretendeu, com o seu romance, foi dizer que, mesmo sob a opressão e a tirania, "é sempre possível plantar uma semente, acender uma esperança".
O menino grapiúna
(1981, memória)
Escrito por encomenda, foi publicado, em 1981, em edição especial, fora do comércio, pela MPM Propaganda S/A e MPM - Casabranca Propaganda Ltda. como brinde de fim de ano , homenageando Jorge Amado pelos 50 anos de literatura e 70 de vida. A 16ª edição, de 1996, da Editora Record, é a mais recente. Foi publicado em Portugal e traduzido para o espanhol, francês, alemão e italiano.
Memórias de infância. Neste livro, Jorge Amado menino é o personagem principal além de D. Lalu, sua mãe, o coronel João Amado, seu pai, seu tio Álvaro, o caboclo Argemiro e o Padre Cabral que o conduziu ao mundo dos livros, no Colégio Antônio Vieira, já em Salvador.
A bola e o goleiro
(1984, infantil)
Escrito em Salvador em janeiro de 1984, ano da sua 1ª edição. A 3ª edição, a mais recente, pela Record, é de fevereiro de 1995. Foi publicado em Portugal e traduzido para o alemão, francês e italiano.
Neste livro, Jorge Amado conta a história da bola Fura-Redes que se apaixona pelo goleiro Bilô-Bilô, o Cerca-Frangos, e a partir daí não consegue mais fazer gols, correndo sempre para as mãos do seu adorado goleiro, transformando-o de "frangueiro" no maior de todos os goleiros que já existiu.
Tocaia grande
(1984, romance)
Escrito em São Luís do Maranhão, de maio a junho de 1982, no Estoril, Portugal, em novembro de 1982, em Itapuã, Salvador, de março a novembro de 1983, e em Petrópolis, de abril a setembro de 1984. A 11ª edição, de 1998 pela Record, é a mais recente. Foi publicado em Portugal e traduzido para o alemão, búlgaro, catalão, chinês, coreano, dinamarquês, esloveno, espanhol, finlandês, francês, hebraico, holandês, inglês, italiano, norueguês, romeno e sueco.
Tocaia Grande gira em torno da formação de um povoado, desde o seu mais remoto movimento embrionário, em inícios do século. Apesar de nítidas e impressivas, as suas personagens - de Natário a Tição, passando por Fadul Abdala - são secundárias. O que conta mesmo é o processo do arraial a partir da casa construída por Natário. Aí vão se instalando, gradualmente, pessoas pertencentes aos escalões inferiores da hierarquia social, não raro extraviadas ou transgressoras, como tropeiros, jagunços e prostitutas. É a "face obscura" da história citadina, sua tessitura espontânea, improvisada, agregando gentes e gestos, modificando a primeira paisagem. Até que o arraial se firma no cenário da região. E é engolido pela sociedade envolvente, transformando-se em Irisópolis, a face oficial - e não mais a "obscura" - da constituição do núcleo urbano.O que o romancista pretende avivar é justamente o que costuma ser recalcado ou desfigurado pela historiografia oficial das cidades brasileiras, mais voltada para o cartão postal do que para a trama comunitária da "arraia-miúda".
Adaptação: televisão (novela, 1995)
O sumiço da santa: uma história de feitiçaria
(1988, romance)
Projeto de romance anunciado vinte anos antes de sua publicação sob o título "A guerra dos santos", foi escrito inicialmente em Paris, nos períodos de maio a outubro de 1987 e fevereiro a julho de 1988, e finalizado em Salvador, em 1988. A 3ª edição é a mais recente, de 1999, pela Record, com capa e ilustração de Carybé. Foi publicado em Portugal e traduzido para o alemão, esloveno, espanhol, francês, grego, inglês, italiano e russo.
O romance se ocupa de inesperados acontecimentos que se sucedem na Bahia, durante 48 horas, entre uma quarta e uma sexta-feira, na passagem da década de 1960 para a de 1970. Uma imagem de Santa Bárbara é conduzida num saveiro de Santo Amaro da Purificação para Salvador, onde deverá figurar numa exposição promovida pelo Museu de Arte Sacra. Mas, no momento em que o saveiro toca na Rampa do Mercado, dá-se o encanto. A feitiçaria. A santa se move, sai do andor, ajeita a roupa e se manda pela cidade. É, agora, Oiá-Iansã, a labareda erótica, deusa dos ventos e das tempestades. E veio para libertar a jovem Manuela do jugo tirânico de uma puritana fanática. Aqui, o sagrado e o profano se interpenetram e se mesclam definitivamente. O vilão da história é o bispo auxiliar da Arquidiocese de Salvador. E o livro vai se deixando povoar por dezenas e dezenas de personagens reais - políticos, artistas, empresários, intelectuais, religiosos - que se movimentam por diversos cantos e recantos da Cidade da Bahia, sem participar diretamente da trama. No dizer de Jorge Amado, foram "homenagens" que ele fez a amigos e a figuras ilustres da vida baiana.
Navegação de cabotagem
(1992, memória)
Escrito entre Salvador, Bahia, e Paris, de julho de 1991 a junho de 1992, foi publicado em meio às comemorações dos 80 anos do escritor. Encontra-se em 3ª edição, outubro de 1994, Record. Foi publicado em Portugal e traduzido para o alemão, espanhol, francês, italiano e russo.
Consciente e contente que assim seja, reúno nesta Navegação de Cabotagem lembranças de alguém que teve o privilégio de assistir, e por vezes de participar de acontecimentos em certa medida consideráveis, de ter conhecido e por vezes privado com figuras determinantes. Publico esses rascunhos pensando que, talvez, quem sabe, poderão dar idéia do como e do porque. Trata-se, em verdade, da liquidação em preço reduzido do saldo de miudezas de uma vida bem vivida. Deixo de lado o grandioso, o decisivo, o terrível, o tremendo, a dor mais profunda, a alegria infinita, assuntos para memórias de escritor importante, ilustre, fátuo e presunçoso: não vale à pena escrevê-las, não lhes encontro a graça".
A descoberta da América pelos turcos
(1992, romance)
Iniciado em Salvador, Bahia, em julho, e finalizado em Paris, em outubro de 1991, foi inicialmente publicado em francês. No Brasil, foi lançado em 1994, pela Record. Foi publicado simultaneamente em espanhol, italiano, russo, alemão, grego e turco.
Escrito por encomenda, em função das comemorações do V Centenário do Descobrimento da América, fala sobre a vida de migrantes árabes na Bahia dos coronéis do cacau.
Milagre dos pássaros
(1997, romance)
Conta um “causo” de um sertanejo que tem uma mulher em cada porto e no interior de Alagoas se envolve com a mulher de um pistoleiro, é flagrado pelo marido traído e consegue escapar nas asas de uma revoada de pássaros.

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